Após a ação policial no baile funk, moradores passaram a publicar vídeos acusando a corporação de abuso de poder. Também houve relatos de que os policiais cercaram e encurralaram as pessoas que tentavam deixar o local. A ação da Polícia Militar que terminou com nove mortos pisoteados na madrugada deste domingo (1/12) na favela de Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo, deixou os moradores chocados. O tumulto aconteceu em evento com mais de 5 mil pessoas. Imagens e relatos indicam que a multidão acabou encurralada pela polícia em vielas estreitas—alguns tropeçaram e acabaram mortos. Jovens afirmaram que a ação foi uma “emboscada”, a polícia fechou ambos os lados da rua, atiravam e batiam em quem se aproximasse. Uma adolescente de 17 anos que pediu para não ser identificada conta que ficou presa em uma viela após muita correria e recebeu golpes de cassetete de policiais militares em várias partes do corpo. “Eles [PMs] foram realmente na maldade para ninguém conseguir correr. Eu ouvi tiros e vi muita gente pisoteada. Inclusive vi um policial dando uma garrafada em uma pessoa no meio da confusão. Eles fecharam as saídas das ruas e saíram espancando. Foi uma covardia.” As operações violentas da Polícia Militar fazem parte da história de Paraisópolis, segunda maior favela da capital paulista. “O que aconteceu em Paraisópolis não é uma exceção, há anos que os bailes/pancadões das periferias e favelas são reprimidos com extrema violência policial. O governo do Estado e o poder judiciário continuamente fazem vista grossa para esse tipo de violência. Mais que isso, existe um movimento para legitimar esse tipo de ação, com a tentativa em nível federal de criminalizar o funk e ampliar o excludente de ilicitude”, declaram Raquel Rolnik, com Gisele Brito e Aluizio Marino. Mais duas manifestações foram marcadas contra o massacre de Paraisópolis. Dia 10 de dezembro haverá um ato no Masp, na avenida Paulista, em homenagem às vítimas. No dia 14, uma marcha em Paraisópolis pede o fim do genocídio da população negra e periférica. Leia a matéria completa. Fonte: Ponte Jornalismo | Vídeos: UOL.

Racismo no mercado de trabalho: uma prova do racismo estrutural

Por Guilherme Moreira da Silva – No dia 13 de novembro de 2019, o IBGE divulgou o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Este documento possui um capítulo sobre o Mercado de Trabalho, onde demonstra a profunda desigualdade entre a população branca e a população negra no Brasil. Denominamos de população negra aqueles que se autodeclaram pretos e pardos no estudo do IBGE, os quais totalizam 55,8 % da população brasileira, ou seja, a maioria da população. Quando nos referimos à força de trabalho, os negros são 54,9%. O estudo do IBGE aponta que os negros são a maioria entre os desocupados (64,2%) e subutilizados (66,1%). Dos negros ocupados, quase metade (47,3%) estão em ocupações informais, com grande diferença para os brancos em ocupações informais, que estão em 34,6%. Mesmo comparando negros e brancos com o mesmo nível de escolaridade, a população negra é a mais afetada com o desemprego e subutilização. Esses resultados vêm se repetindo em diversos estudos e levantamentos ao longo dos anos, isso diz muito sobre o Brasil. Vivemos uma naturalização da desigualdade racial no país, agravada com a naturalização da desigualdade de gênero, penalizando a mulher negra. O racismo no mercado de trabalho é um dos elementos do racismo estrutural, ele faz parte do funcionamento do Estado brasileiro, sendo um modelo muito sofisticado de discriminação, pois ele se apoia em processos complexos. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Instituto Búzios e Esquerda Online.

Racismo no sistema de Justiça

Por Vera Lúcia Santana Araújo – Apreciar o funcionamento do sistema judiciário e do sistema de justiça como um todo na reiteração de práticas racistas, discriminatórias, expressando o preconceito racial, é tarefa inadiável. A persistência da discriminação racial como elemento determinante das pirâmides que desvelam as desigualdades raciais no Brasil impõe um repensar sobre o papel dos agentes políticos nos Três Poderes, incumbidos que são de garantir as condições de efetividade da cidadania nos moldes dados pela Constituição. Esse é imperativo da Carta. O instrumental normativo vigente ordena a igualdade de todos perante a lei, conta com amplo respaldo jurídico destinado a promover a igualdade material que corporifica a igualdade formal e dispõe de aporte legal apto a processar atos de racismo sob qualquer modalidade. No entanto, a engrenagem não se movimenta para o cumprimento de suas funcionalidades. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Geledés | Correio Braziliense.

Ensaio inédito da pensadora Audre Lorde: ‘A transformação do silêncio em linguagem e em ação’

Ensaio publicado com exclusividade no Intercept, ele integra o livro ‘Irmã Outsider’ – forasteira, estrangeira – a ser lançado nesta quarta-feira, 27 de novembro, pela editora Autêntica. A coletânea de conferências e ensaios mais aclamada da escritora, publicada em 1984 nos Estados Unidos, é também seu primeiro título a chegar ao Brasil. “Ao tomar uma obrigatória e fundamental consciência da minha mortalidade, e do que eu desejava e queria para a minha vida, por mais curta que ela pudesse ser, prioridades e omissões ganharam relevância sob uma luz impiedosa, e o que mais me trouxe arrependimento foram os meus silêncios. Do que é que eu tinha medo? Eu temia que questionar ou me manifestar de acordo com as minhas crenças resultasse em dor ou morte. Mas todas somos feridas de tantas maneiras, o tempo todo, e a dor ou se modifica ou passa. A morte, por outro lado, é o silêncio definitivo. E ela pode estar se aproximando rapidamente, agora, sem considerar se eu falei tudo o que precisava, ou se me traí em pequenos silêncios enquanto planejava falar um dia, ou enquanto esperava pelas palavras de outra pessoa. E comecei a reconhecer dentro de mim um poder cuja fonte é a compreensão de que, por mais desejável que seja não ter medo, aprender a vê-lo de maneira objetiva me deu uma força enorme”. Leia aqui o ensaio. Fonte: The Intercept Brasil.

A história da Sociedade Protetora dos Desvalidos, primeira associação civil negra do país

Por Tatiana Mendonça – No largo do Cruzeiro de São Francisco, no Pelourinho, em Salvador-BA, está a primeira associação civil negra do Brasil e uma das mais antigas das Américas. Um projeto de sobrevivência. Um ancestral do “ninguém solta a mão de ninguém”. A Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD) nasceu em 16 de setembro de 1832, batizada com verniz religioso de Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos Desvalidos. Naquele dia, distante 187 anos de nós, 19 homens negros, entre marceneiros, carroceiros, carregadores de água e trabalhadores de ganho, como seu fundador, o africano Manoel Victor Serra, reuniram-se em assembleia na Capela dos Quinze Mistérios, no Santo Antônio Além do Carmo. Como outras irmandades que já existiam, foi criada para funcionar como uma junta de alforria, cinco décadas antes da abolição da escravatura, e como sistema de crédito para assistir os sócios e seus familiares, como conta o antropólogo Júlio Braga no livro Sociedade Protetora dos Desvalidos: Uma Irmandade de Cor, de 1987. Era, também, uma “agência de prestígio para seus membros”. Em 1851, mudou de nome e de estatuto jurídico. De pretensamente religiosa, tornou-se marcadamente civil. De irmandade, virou sociedade. Funcionou, na prática, como uma previdência privada, uma das primeiras do país, devidamente regulamentada pelo governo em 1861. Leia a matéria completa. Fonte: A Tarde.

O imaginário branco da abolição e a consciência negra: do 13 de maio ao 20 de novembro

Por Paulo César de Carvalho – Em 13 de maio, a Abolição da Escravatura fez 131 anos. Em 20 de novembro, comemora-se o aniversário de 324 anos da morte de Zumbi. É muito simbólico que o marco do Dia da Consciência Negra seja exatamente este “20 de novembro de 1695” em que o líder do Quilombo dos Palmares foi assassinado, e não aquele “13 de maio de 1888” em que a filha do Imperador não aboliu a exploração e a opressão. A iniciativa política de oficializar a data foi de Oliveira Silveira (1941-2009), um dos fundadores do Grupo Palmares (em Porto Alegre), combativo poeta, professor e pesquisador da cultura afro-brasileira. Lembrando a metáfora marxista da “câmara escura” (com a propriedade do trocadilho), o gesto simbólico da escolha da data da morte de Zumbi deixou bem claro (o trocadilho é revelador) o ponto de vista de que as “relações aparecem de cabeça para baixo” na festa oficial da Abolição da Escravatura. A imagem do dia 13 de maio, dessa forma, passou a representar a memória da escravidão forjada pela “consciência branca”: nessa manobra ideológica, os de pele clara simularam o término da exploração (com o fim da ordem escravocrata) para dissimular a continuidade da lógica de opressão aos de pele escura (como se estes não fossem mais “escravos”, mas trabalhadores, “iguais” a todos os chamados “homens livres”). Leia o artigo na íntegra. Fonte: Esquerda Online.

Espaços de branquitude: segregação racial entre as classes médias em Salvador, Bahia

Por Suzana Moura Maia – Neste artigo, examino as formas como uma identidade branca é construída a partir da ocupação de espaços racialmente segregados da cidade de Salvador, na Bahia. Alinhando-me aos estudos críticos sobre branquitude, busco entender como os mecanismos de aproximação a uma identidade branca e a tudo o que a ela é associado funcionam como forma de distinção social das classes médias, garantindo-lhes acesso privilegiado a bens e recursos. A partir de pesquisa realizada no Loteamento Aquarius, situado na Pituba, bairro de classe média alta, examino os processos cotidianos de produção de espaços de branquitude, buscando compreender como uma cidade segregada afeta a produção de sujeitos sociais e como estes sujeitos, por sua vez, afetam a construção da cidade. A raça dever ser entendida não apenas através das categorias identitárias utilizadas por indivíduos ou grupos para sua autoidentificação. Particularmente em cidades como Salvador, onde nem sempre a categoria “branca/o” é utilizada pelos agentes sociais, devemos entender os processos de racialização em relação a estruturas socioeconômicas e políticas mais amplas, manifestadas em contextos específicos. Assim, neste artigo, busco examinar como uma identidade branca é produzida enquanto posição de classe e forma de ver o mundo, estando associada a formas de ocupação e organização dos espaços. Meu trabalho pretende ser uma contribuição aos estudos críticos de branquitude, apontando para as intersecções entre raça e classe. Leia o artigo na íntegra. Zelinda Barros | Fonte: Revista Século XXI, V. 9, N. 1, 2019 – PPGCS / UFSM.

No centro da revolta global, o feminismo

Veronica Gago, entrevistada por Roxana Sandá | Tradução: Antonio Martins – Cientista política argentina busca entender o protagonismo das mulheres, nas lutas atuais contra o neoliberalismo. Suas hipóteses falam da revalorização do desejo e da percepção de que politica precisa sacudir ruas, casas, fábricas e camas. Uma raiva de séculos envolve a América Latina e ressoa com amargura. O movimento de mulheres, lésbicas, trans e travestis levanta-se contra a caça feroz desencadeada após o golpe de Estado na Bolívia e faz frente ao aparato repressivo no Chile. São milhares de corpos acendendo fogos de rebelião para desafiar as fobias racistas e de classe, as fobias colonialistas e dominantes que cospem sobre quem luta por uma alternativa de poder feminista, antipatriarcal, antiextrativista e descolonizante. Os jovens enfrentam o maquinismo neoliberal para que não continue empobrecendo suas famílias. Enquanto se escreve este texto, a resistência já dura semanas. “A História é nossa e o futuro também”, declaram graffitis pintados na urgência. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Outras palavras.

O que há em comum nas rebeliões sociais de diferentes países da América do Sul

Por José Martins – A possibilidade de guerra civil na Bolívia é real. Essa tendência a grandes rebeliões e à guerra civil é um fenômeno que ocorre em diferentes continentes e nações do mundo. Por enquanto, ainda se concentra e se manifesta de maneira mais clara nos Estados nacionais mais frágeis da periferia do mercado mundial. Na América do Sul, em particular, onde diversos Estados nacionais apresentam a perspectiva real de derretimento institucional. A ingovernabilidade burguesa na região andina aumentou nas últimas semanas. Continua aumentando. Generalizando. As labaredas se propagaram velozmente. Outubro começou com a dissolução do Congresso peruano pelo presidente Martín Vizcarra, seguida de uma tentativa frustrada do próprio Congresso de destituir Vizcarra. Dias depois, no Equador, o presidente Lenín Moreno declarou estado de exceção, chegando a mudar a sede do governo de Quito para a litorânea Guayaquil depois de sucessivas manifestações lideradas por nações originárias e de uma greve geral dos trabalhadores que parou o país. Logo foi a vez do Chile, cujo presidente, Sebastián Piñera, chegou a afirmar no início das manifestações que o país estava “em guerra”. E não é que estava? Piñera, sem querer, acertou. O vaticínio de Piñera está muito próximo de se realizar na forma altamente criativa de uma verdadeira guerra civil. Em seguida, na última semana, uma crise aparentemente espontânea deflagrada após as eleições na Bolívia, culminou na deposição do presidente Evo Morales. Finalmente, chega a notícia de que milhares de manifestantes marcham na Colômbia em greve geral contra governo de Iván Duque. Fecha-se, assim, o arco andino de rebeliões e possíveis guerras civis. Resta ainda engrossar o cordão dos indiciados por crime lesa-pátria nos países do chamado “Mercosul” –  Argentina, Paraguai, Uruguai e… Brasil. Logo deverão se apresentar, também, e ficar à disposição do julgamento de multidões populares insurgentes. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Crítica da Economia.

Quando a esquerda volta a instigar a juventude

Por Ruby Lott-Lavigna, | Tradução: Simone Paz e Gabriela Leite – Inspirações para sair do labirinto: no Reino Unido, o Momentum, criado há quatro anos, ressuscitou o Partido Trabalhista, livrou-o de uma burocracia encarquilhada e pensa agora vencer as eleições e reverter décadas de neoliberalismo. O Momentum, originalmente uma fusão de grupos de apoiadores de Jeremy Corbyn, formada durante sua campanha pela liderança trabalhista, está agora registrado legalmente, tem um conselho de administração e mais de 130 grupos locais em todo o Reino Unido. Em termos de organização, os produtos de mídia social do Momentum foram claramente muito mais criativos, energizantes e divertidos do que quaisquer outros, de modo que a organização recebeu muita cobertura. Muitos meios de comunicação falaram num “terremoto jovem” [orig: youthquake] como responsável pelo resultado imprevisível nas eleições de 2017. Os vídeos do Momentum transmitem mensagens muito profundas politicamente, mas de uma maneira interessante para pessoas de uma geração que, se não for cativada nos três primeiros segundos, pulará o vídeo”. O Momentum aproveitou o campo de batalha político da internet. Leia a matéria completa. Fonte: Outras palavras.

Mulheres camponesas: organização, lutas e esperanças

Por Noeli Welter – Em 2004, consolidou-se o Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC), com caráter autônomo, de base, de classe, socialista, feminista, camponês e popular, que tem por missão a libertação das mulheres trabalhadoras. No início dos anos de 1980, com apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), surgem em vários lugares organizações, articulações e movimentos de mulheres trabalhadoras no campo. A partir desse processo de organização nos estados, em 1986 é realizado em São Paulo o I Encontro Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, com mulheres de 16 estados, para discutir a realidade das mulheres camponesas em todo o país e as lutas em comum. Deste encontro histórico são tiradas linhas de atuação conjunta, como a luta pela participação política das mulheres, luta contra toda forma de opressão e discriminação, colocar as demandas das mulheres dentro da luta da classe trabalhadora e a sindicalização. Neste sentido, se organizaram e participaram ativamente na Constituição de 1988, conquistando o reconhecimento de trabalhadora rural, o direito à aposentadoria para as agricultoras aos 55 anos, acesso à saúde, o salário maternidade, auxílio doença, pensão por morte, entre outros, conquistas históricas para as mulheres do campo. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Jornal GGN.

17 de outubro de 1961: O Massacre Escondido da Memória Coletiva

Entrevista: Gilles Manceron – A execução de mais de cem manifestantes argelinos em Paris no dia 17 de outubro de 1961 permanece desconhecida, Cinco meses após o fim da guerra da Argélia, em 17 de outubro de 1961, Paris foi palco de um dos maiores massacres de civis na história contemporânea da Europa Ocidental. Naquele dia, dezenas de milhares de argelinos protestaram pacificamente contra o toque de recolher que os atingia desde 5 de outubro além da repressão organizada pelo prefeito da polícia de Sena, Maurice Papon. A resposta da polícia seria terrível. Centenas de argelinos, talvez entre 150 e 200, são executados. Alguns corpos são encontrados no Sena. É a repressão estatal mais violenta já provocada por uma manifestação de rua na Europa Ocidental na história contemporânea. Por várias décadas, a memória deste grande episódio da guerra da Argélia foi obscurecida. O historiador Gilles Manceron, autor de “A tripla ocultação de um massacre”, explica os mecanismos que contribuíram para essa amnésia organizada. Por Soren Seelow | Tradução: Andrey Santiago. Leia a entrevista completa. Fonte: Traduagindo.

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Valdisio Fernandes

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Aderaldo Gil, Allan Oliveira, Aline Alsan, Atillas Lopes, Ciro Fernandes, Enoque Matos, Eva Bahia, Guilherme Silva, Graça Terra Nova, Kenia Bandeira, Keu Sousa, Josy Andrade, Josy Azeviche, Lúcia Vasconcelos, Luciene Lacerda, Lucinea Gomes de Jesus, Luiz Felipe de Carvalho, Luiz Fernandes, Marcele do Valle, Marcos Mendes, Mariana Reis, Mônica Lins, Ricardo Oliveira, Ronaldo Oliveira, Silvanei Oliveira.

Colaboradores: Jonaire Mendonça e Erica Larusa

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