[A primeira imagem de Jair Bolsonaro com a tornozeleira eletrônica no pé direito. Foto: Wilton Júnior, Estadão]

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo nesta sexta-feira (18/07/2025) de uma operação da Polícia Federal determinada pelo Supremo Tribunal Federal e terá de usar tornozeleira eletrônica. Bolsonaro foi levado à PF, onde o aparato foi instalado em seu corpo para monitoramento 24h, autorizado pelo STF após desconfiança sobre tentativa de asilo nos EUA. Ex presidente terá de cumprir outras medidas restritivas, como cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados; proibição de manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados; utilizar redes sociais, além de manter contatos com outros investigados.

 

A motivação da ação da Polícia Federal está relacionada a suspeitas de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional. A corporação também identificou o risco de fuga do país por parte do ex-presidente. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e na sede de seu partido, o Partido Liberal (PL), em Brasília. Durante a operação a PF apreendeu um pen drive escondido no banheiro da residência de Bolsonaro (PL), US$ 14 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo, e foi localizada uma cópia da petição inicial do processo movido pela plataforma Rumble contra Moraes.

 

As novas medidas, em uma escalada dos problemas enfrentados por Bolsonaro com a Justiça, acontecem na reta final do processo no qual ele é acusado de tentativa de golpe de Estado. Na última segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as alegações finais e solicitou sua condenação por cinco crimes. A expectativa é que o julgamento ocorra entre o final de agosto e o início de setembro.

 

A decisão de Moraes foi tomada em um novo inquérito, aberto a pedido da PGR, para apurar as condutas de Bolsonaro e de Eduardo contra a soberania nacional. O ministro afirmou que “a Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, expressamente previsto no inciso I, do artigo 1º da Constituição Federal”. Acrescentou que as condutas de Bolsonaro e Eduardo “caracterizam claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”. O magistrado cita especificamente os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania.

 

“A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar uma pressão política e social no Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos da América, bem como na interferência no andamento da AP 2.668/DF – que se encontra em fase de alegações finais”, escreveu Moraes na decisão, referindo-se ao processo em que Bolsonaro é réu.

 

O ex-presidente vinha intensificando sua campanha por anistia. O movimento ganhou força após Donald Trump anunciar, em 9 de julho, uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, com a justificativa de que o STF estaria restringindo a liberdade de expressão ao punir plataformas digitais estadunidenses. A família Bolsonaro passou a afirmar que apenas a anistia poderia levar os EUA a reverter a decisão.

 

O presidente Lula afirmou em pronunciamento na noite de quinta-feira (17) que tentativas de interferência estrangeira são “chantagens inaceitáveis” e classificou os aliados de Bolsonaro como “verdadeiros traidores da pátria”. “Contamos com um Judiciário independente”, afirmou.

 

Fonte: Reuters e Brasil 247.

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