STF suspeita de motivação de Fux. Ministros destacam contradição de Fux que votou anteriormente por acatar a denúncia contra os invasores das sedes dos três poderes, Jair Bolsonaro e os outros sete do chamado núcleo central da trama golpista. Ministro que tinha condenado centenas de presos do atentado de 8 de Janeiro, teve postura bem distinta com os réus mais poderosos do núcleo crucial. Ao fim, a retórica de Fux acaba funcionando como peça perfeita no tabuleiro de mentiras e manipulações de Donald Trump contra a democracia no Brasil.
“Esperto. Não lhe passou despercebido, é claro, que as provas são numerosas, consistentes, impossíveis de refutação. No seguimento do processo, o golpe será criminalizado e seus construtores presos. Diante desse obstáculo intransponível, inventou uma saída lateral: a Corte seria o foro inadequado. Como todo jogador acuado, preferiu mudar a mesa. Não as cartas.
(…) O ministro multiplica frases ocas para esconder a essência da vergonha jurídica que prolata. Continua mostrando, sem autopiedade alguma, que seu vocabulário inflado não é erudição. É biombo. Biombo para justificar o injustificável. Trai a Constituição com o requinte de quem recita latim para mascarar uma rendição”.
Edward Magro no Diário do Centro do Mundo.
Fux é alguém que não fica muito preso a padrões argumentativos, à adesão a princípios e valores determinados. Não se preocupa com o nexo, como provado agora ao mudar várias de suas interpretações recentes, passando a condescender com criminosos contumazes contra a democracia. A forma empolada de se expressar camufla o conteúdo raso, vergonhosamente raso.
“No mundo paralelo de Fux, o Punhal Verde e Amarelo – plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Alkmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes – surgiu do nada, não tem nada a ver com os “atos preparatórios” de Bolsonaro para um golpe de Estado, pois, no mundo paralelo de Fux, não havia uma organização criminosa empenhada em se perpetuar no poder”. Alex Solnik.
Um juiz que plagia obra jurídica não tem credibilidade para julgar ninguém
“Luiz Fux plagiou boa parte de um clássico da literatura jurídica brasileira, o manual ‘Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor’, de Teotônio Negrão e José Roberto Ferreira Gouvêa. Vários trechos do fuxiano “Curso de Direito Processual Civil” são reproduções exatas de passagens da obra de Negrão e Gouvêa. Sem qualquer referência a ela.
Gouvêa notificou Fux em 2010. Diante da acusação de ter reproduzido trechos sem crédito, o juiz que hoje atua como serviçal do bolsonarismo não levou a disputa adiante nos tribunais. O processo foi arquivado em 2011, porque Fux se comprometeu a deixar de utilizar, em suas futuras edições e trabalhos, as passagens retiradas da obra de Negrão e Gouvêa sem a devida referência. Ou seja: Luiz Fux não reconheceu formalmente o plágio, mas aceitou ajustar sua conduta editorial, o que pôs fim ao litígio”. Paulo Henrique Arantes.
Fux, André Mendonça e Nunes Marques — esses dois últimos indicados por Bolsonaro — foram poupados da retaliação do governo Trump à ação penal contra Bolsonaro, com a suspensão de autorização para entrar nos EUA em julho. Moraes e outros sete ministros do Supremo tiveram os vistos suspensos.
Fux poderá ganhar bandeira dos EUA de presente da Embaixada americana
Uma bandeira como aquela que empesteou a avenida Paulista em pleno dia da pátria revela o tamanho do desespero dos bolsonaristas diante do veredicto para os golpistas, a ser decido nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal. Eles estão chamando uma intervenção dos Estados Unidos para ainda evitar a condenação. Pedem que Washington aumente as sanções contra ministros do STF. Querem mais tarifas contra o Brasil. Há um tanto de suicídio político nessa afronta. Submeter-se a uma potência estrangeira, clamar por sua intervenção, no dia máximo da celebração da independência do Brasil, é uma ofensa inaceitável. Haverá um preço político a pagar.
Fonte: Brasil 247 e Diário do Centro do Mundo | Foto: reprodução.