Prefeitura de Belém apresenta titular da Coordenadoria Antirracista.

Depois de se reunir com coordenadores do Centro de Estudo e Defesa do Negro do Estado do Pará (Cedenpa), no dia 18 de janeiro, para debater as políticas públicas para a questão racial, o prefeito Edmilson Rodrigues decidiu por criar a Coordenadoria de Combate ao Racismo em Belém e acolher a indicação do Cedenpa de Elza Fátima Rodrigues dos Santos para o novo órgão. Elza Rodrigues integra a Coordenação da Campanha Nacional Fazer Valer as Leis 10.639 e 11.645.

“Fiquei muito feliz com a indicação de Elza Rodrigues, porque é muito bom saber que o nosso governo terá um pessoa com a sua qualidade. Ela já participou da nossa experiência de governo, em gestões passadas. Coordenou uma importante atividade de pesquisa que tivemos em Belém, no mapeamento dos templos de afro religiosidade. Agradeço a Elzinha por aceitar esse desafio”, afirmou Edmilson.

Elza é licenciada em Comunicação Social (habilitação em Jornalismo) pela Universidade Federal do Pará (UFPa) e graduada em Serviço Social pela União das Escolas Superiores do Pará. Ela também é especialista em “Estado e Fronteira na Amazônia” pelo Departamento de Ciência Política da UFPa. Doutora em Comunicação Social pela Universidad Complutense de Madri (Espanha), Facultad de Ciéncias de la Información, no Departamento de Sociologia IV. Jornalista, radialista e coordenadora de programação de emissoras de Rádio. Professora colaboradora no Plano de Formação de Professores (PARFOR/ UFPa), nos cursos de Ciências Sociais, Pedagogia e Artes Visuais e professora do curso de especialização Saberes Africanos e a Lei 10639/03, da Universidade Federal do Pará.

Ela apresentou as várias frentes de trabalho que o núcleo atuará. Uma delas é propor políticas de ações afirmativas que dêem visibilidade à população negra, sua cultura e modo de vida.

“Essa coordenadoria foi uma reivindicação do movimento negro e atendida pelo prefeito Edmilson. A criação da coordenadoria é da maior importância porque uma grande parcela da população do Pará e de Belém é negra. Então, é importante que possamos lutar contra esse racismo estrutural e institucional que que inviabiliza a população negra. Essa coordenadoria vem para trabalhar em favor de políticas de ação afirmativa, e atuando em vários setores, seja saneamento, a questão da educação, a questão cultural, e com isso, traçar uma política pública concreta de combate ao racismo e de inclusão da população negra e indígenas ”, afirmou Elza Rodrigues.

Preconceito – Para o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, dentro das instâncias públicas a missão do governo é combater cotidianamente qualquer violência que mantenha um cenário de exclusão dos negros e negras, e também toda forma de preconceito como o machismo e a lgbtfobia, por exemplo.

A atuação da coordenadoria também contemplará questões de ordem jurídica, com campanhas educativas antirracistas e de assistência, principalmente à população negra e indígena, que são as maiores vítimas do racismo na sociedade belenense. Elza ressaltou que, infelizmente, a capital paraense é uma cidade de realidade racista. “Nós negros todo tempo somos discriminados, ou de forma direta, ou de forma velada. Nossa missão será levar esse debate para as secretarias, como forma de combater o racismo estrutural e institucional”, ressaltou.

Segundo ela, a coordenadoria terá interlocução direta com o movimento negro e o movimento popular, com espaço para demandar propostas à prefeitura de Belém, através da coordenadoria. “A medida que a questão racial é discutida, demandada, implementada como política pública, todo conjunto da sociedade é beneficiada”, esclareceu.

Outro papel importante da pasta será a fiscalização da implementação das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008 que estabelecem, respectivamente, a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e da história e cultura indígena no currículo escolar.

Ações – Entre as ações já propostas pela Coordenadoria Antirracista, a coordenadora aponta a criação de um Centro Cultural, com o objetivo de dar visibilidade à cultura afrobelenense e afroamazônica na região. Assim como a revitalização do Memorial dos Povos Indígenas, no espaço Ver-o-Rio, com o intuito de ampliar e valorizar também a cultura negra e as religiões de matriz africana, e a ocupação da Praça da República como um espaço ancestral, já que lá foram enterrados negros escravizados no período colonial. A ideia é a criação de um monumento que identifique esse período histórico e a ancestralidade negra.

Fonte: Raissa Lennon, Rede Pará e Ascom de Edmilson Rodrigues.

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