Mostra reúne documentos, fotografias e vídeos do acervo do Arquivo Nacional para destacar o protagonismo e as formas de resistência das mulheres negras na luta pela liberdade.
O Arquivo Nacional abre de 14 de novembro de 2025 a 30 de abril de 2026, a exposição “Senhora Liberdade: mulheres desafiam a escravidão”. Instalada na sede da instituição, no Rio de Janeiro, a mostra reúne documentos, fotografias e vídeos do acervo da instituição que revelam as trajetórias de resistência, solidariedade e protagonismo das mulheres negras na luta contra a escravidão e na construção da liberdade no Brasil.
Em parceria com a Universidade de Pittsburgh, a exposição propõe a reflexão sobre as múltiplas formas de enfrentamento ao sistema escravista e suas permanências na sociedade contemporânea. Ao destacar histórias de mulheres escravizadas, libertas e livres, o percurso expositivo evidencia como suas ações, individuais e coletivas, contribuíram para transformar a história do país e ampliar os sentidos de liberdade e justiça.
Para a diretora-geral do Arquivo Nacional, Monica Lima, a exposição “não apenas resgata a memória de mulheres escravizadas em sua luta contra a escravidão, como também faz um chamado urgente para refletirmos sobre as injustiças ainda presentes em nossa sociedade”. “Nos debruçar sobre nosso acervo a partir desse recorte trouxe à luz histórias que nos levaram ao encontro das lutas dessas mulheres pelos seus direitos e liberdade”, ressalta.
“Senhora Liberdade” foi concebida a partir de eixo curatorial comum à mostra internacional “Para além da escravidão: construindo a liberdade negra no mundo”, que estará aberta no Museu Histórico Nacional de 13/11/2025 até 01/03/2026 e estabelece um diálogo entre as experiências brasileiras e os movimentos de libertação em diferentes partes do mundo.
Juntas, as duas exposições convidam o público a refletir sobre o legado da escravidão e as lutas históricas das populações negras pela afirmação de seus direitos e de sua humanidade. De acordo com Keyla Grinberg, curadora da mostra “Senhora Liberdade”, “a exposição é uma forma de mostrar a luta das mulheres contra a escravidão, por meio da história de dez personagens que lutaram e processaram seus senhores nesse período”.
Maria do Carmo Rainho, servidora do Arquivo Nacional que participou da pesquisa para a mostra, destaca que o trabalho da instituição expandiu a proposta inicial da curadoria. “Somamos à proposta inicial documentos dos livros de ofícios de notas do Rio de Janeiro nos quais encontram-se escrituras de liberdade, de alforria e alvarás de manutenção de liberdade. Documentos que registram como as mulheres negras se moviam na intrincada estrutura do poder judiciário”, explica.
Também pesquisadora do Arquivo Nacional, Claudia Heynemann observa que “a liberdade plena era difícil, instável, dependente da justiça, do jogo de palavras e de estratégias políticas, como o processo que envolveu o fim do tráfico.”
A abertura da exposição “Senhora Liberdade” integra a programação do seminário internacional “Para além da escravidão: memória, justiça e reparação”, promovido pelo Arquivo Nacional em parceria com o Museu Histórico Nacional nos próximos dias 13 e 14, com a presença de pesquisadores e especialistas do Brasil e do exterior.
A visitação à exposição é gratuita e estará aberta ao público a partir da próxima sexta-feira (14), de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, na sede do Arquivo Nacional.
Serviço:
Exposição: Senhora Liberdade: mulheres desafiam a escravidão
Visitação: de 14 de novembro de 2025 a 30 de abril de 2026
Horário: Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h
Local: Arquivo Nacional – Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro
Entrada gratuita
Fonte: Arquivo Nacional.














