Intelectuais negras / negros e personalidades inundaram as redes sociais de críticas a artigo de antropólogo que requenta tese de racismo reverso.

 

“O x da questão aqui não é o “racismo de negros para brancos” não se enganem, o que está por de trás é o debate que este ano será em torno das “cotas de negros nas universidades” onde a Folha de São Paulo já da subsídios para extrema-direita ir contra e promover assim o retrocesso destas políticas públicas”. MDA – Movimento DNA Africano.

 

[Folha publica texto racista de antropólogo e causa revolta nas redes:

https://revistaforum.com.br/movimentos/folha-publica-texto-racista-de-antropologo-e-causa-revolta-nas-redes/#]

 

“(..) O jornal e o autor — um homem branco irrelevante — utilizam-se dos corpos pretos, das nossas histórias e das nossas formas de luta para construírem engajamento, cliques e receita. Em nome do lucro, o racismo é legitimado no jornal de maior circulação nacional. E o pior: não é a primeira vez que isso ocorre naquele espaço. Se não mudarmos nossa postura, certamente não será a última. Apenas a título de exemplo, o mesmo autor já escreveu que Abdias do Nascimento e Kabengele Munanga, dois dos maiores intelectuais pretos que esse país já produziu, seriam “delirantes”. E o jornal não hesitou em publicar.

 

Esse comportamento da Folha não é pontual: há poucos meses, em 29/09/2021, o jornal publicou a coluna racista de Leandro Narloch, intitulada “Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”, gerando uma enxurrada de críticas e o incômodo das duas únicas pessoas negras que integravam seu conselho editorial. Como resultado, uma delas se desligou do conselho: a filósofa Sueli Carneiro. O advogado Thiago Amparo, que permaneceu no espaço, declarou seu descontentamento com o jornal ao publicar um texto racista em suas páginas. Já o veículo sequer ficou constrangido com o escândalo criminoso.

 

Basta! Em nome de um suposto pluralismo, a Folha promove o racismo — enquanto for lucrativo — dando palco à Casa Grande. Chega! Nossos corpos não estão à disposição dos interesses da branquitude e do capital. Nossa luta não está à venda!

 

O ano de 2022 será estratégico para o movimento negro. Temos a tarefa de tirar um presidente fascista, genocida e racista do Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo, temos que defender a continuidade da política de cotas nas universidades públicas, que vai ser rediscutida no Congresso Nacional. Não há mais tempo para tolerar o racismo. Não há espaço para dar vez e voz aos que lucram com a desigualdade racial. É hora de nos aquilombarmos e exigirmos uma resposta: ou a Folha se retrata e toma providências concretas ou nós — pretos, pretas e aliados da luta antirracista — boicotamos seu conteúdo”. Thaíse Pacheco.

 

“O texto de Antônio Risério autor do texto “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo” é um revival do texto que instrumentalizou milhares de racistas nos anos 90. O texto se chamava “A dívida dos faraós” e foi publicado neste mesmo veículo com autoria de um senhor chamado Olavo de Carvalho.

 

A Folha de São Paulo é responsável pelo que publica. A folha jamais teria coragem de dar palco a alguém antissemita que escreve barbaridades em relação aos judeus, isso pq ela sabe com quem se relaciona e como ela se relaciona.

 

Isso aqui é uma ala dentro da Folha, ta? Não é a folha inteira, mas eles tem poder ali dentro.

 

A produção de um texto com o objetivo de abrir uma discussão sobre o quão os negros são racistas e opressores nessa altura do campeonato e não ter ninguém disputando essa narrativa antes da publicação, é um sinal que de fato existe um pacto com o objetivo de minar pessoas negras!

 

Esse é o ano em que as cotas serão revistas! E esse texto foi colocado aí pra mostrar o tom da discussão em 2022!

 

Esse texto é um tapa na cara de quem pensou que em 2022 nós teriamos uma nova fase e eu avisei no meu vídeo falando sobre 2022 que isso iria acontecer. E já está acontecendo! (…) Anotem, 2022 vc pode ficar postando memes e perder desde a eleição a lutas importantíssimas ou se juntar à luta pela consciência e por um mundo melhor!

 

Assistam meu vídeo falando sobre isso, ele tem 14 minutos!” AD Junior:

https://www.facebook.com/iamadjunior/videos/285549993462203

 

“Não adianta [a Folha de São Paulo] ter editoria de diversidade, ombudsman e programa de treinamento voltado a profissionais negros se nas páginas do jornal ainda há espaço para aberrações em forma de texto que defendem a ideia estapafúrdia de racismo reverso. Mais do que lamentável, é vergonhoso”. Luiza Bodenmüller (@lubodenmuller).

 

Fonte: AD Junior, MDA – Movimento DNA Africano.

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