Por Joyce Pascowitch, na coluna Poder

Idealizado e coordenado pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e com realização do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), o encontro virtual Afro Presença vai acontecer nos dias 30 de setembro e 1 e 2 de outubro deste ano. O objetivo do projeto, que tem apoio do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil, é a inclusão de jovens negros, que estão atualmente no ensino superior, no mercado de trabalho. Os encontros serão sempre entre 9h e 21h, inscreva-se: http://afropresenca.com.br/

Segundo o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), mulheres negras fazem parte do maior grupo populacional do país (25,3%). No entanto, elas ocupam somente 0,4% dos altos cargos nas empresas. Além disso, negros representam 55,9% da população brasileira. Mesmo assim, uma pesquisa do Instituto Ethos que foi divulgada em 2016 mostra que só 4,7% dos cargos executivos das 500 maiores empresas brasileiras são ocupados por negros.

“O Brasil é o 8º país mais desigual do mundo e não conseguiremos reduzir esta desigualdade se não atacarmos diretamente o racismo estrutura. A Rede Brasil do Pacto Global da ONU iniciou um processo de mobilização do setor empresarial para que ações concretas sejam tomadas e mais negros assumam posições de liderança, ocupadas, hoje, majoritariamente por brancos”, diz Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nas universidades públicas, os jovens negros e negras já são maioria. Os dados do Censo de Educação Superior, do Ministério da Educação indicam que nos cursos de excelência há uma presença expressiva. Em medicina, por exemplo, os negros são em 27%. Na área de direito em 23%.

“A participação dos jovens negros e negras em cursos de excelência não reflete na participação no mercado de trabalho. Dessa forma, entendemos que os processos seletivos no campo profissional precisam ser revisitados. Todas as lógicas excludentes, de forma expressa ou implícita, precisam ser identificadas e eliminadas”, ressalta doutora Valdirene Assis, Procuradora do Trabalho, Coordenadora da Coordigualdade do MPT-SP e do Projeto Nacional de Inclusão de Jovens Negras e Negros Universitários do MPT.

Pensando em reverter o quadro de desigualdade, o encontro vai oferecer oficinas de recursos humanos, painéis com empresas, agências de publicidade, universidades e escritórios de advocacia e debates aos participantes. Os participantes do projeto também vão poder compartilhar seus currículos e acessar vagas de trabalho.

As empresas que apoiam o evento são: Ambev, Anima, Basf, Bayer, Belgo, Bradesco, B2W, Coca Cola, Colgate, EF, Estácio, Google, Itaú, John Deere, JP Morgan, Natura, PWC, Santander, Somamos, TIM, TOTVS, Unilever, Vivo e White Martins. Movimentos sociais também são parceiros da ação: Educafro, Geledés Instituto da Mulher Negra, Movimento Negro Unificado, Uneafro Brasil e Unegro. Também participam da iniciativa: 99jobs, Prefeitura de São Paulo, CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Black Influence, Empodera, Empregue Afro, Eureca, Fecap, Gestão Kairós, Grupo Cia de Talentos, Ideal H+K Strategies, Macho Meyer, OAB, PUC-SP, Squid, Trival Wordlwide, UFABC, UFBA e Y&R.

 

Confira os temas a serem tratados na programação completa:

30/09

Racismo estrutural, mundo empresarial, universidade e inclusão, escolha do profissional e ferramentas de autoconhecimento, jornalismo, marketing, artes cênicas, educação física, relações internacionais, economia, farmácia, ciência, combate ao racismo no futebol, impacto da pandemia na população negra, letramento racial.

01/10

Advocacia, turismo, moda, gastronomia, mercado de luxo, indústria química, telecomunicações, tecnologia, mitos e verdades em processos seletivos, religiosidade sob a perspectiva negra, como usar o LinkedIn, políticas de ações afirmativas.

02/10

Saúde da população negra, expoentes negros na medicina, veterinária, engenharia e construção, arquitetura e urbanismo, agronegócio, meio ambiente, RH, indústria automobilística, igualdade de oportunidade e estratégias para combater o racismo institucional, LGBTQ+ sob a perspectiva negra e um show de encerramento.

 

Fonte: Glamurama.

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